Assim como o motor, o sistema de câmbio do veículo depende do óleo lubrificante para reduzir o atrito e preservar as peças móveis contra desgastes. Entretanto, existem particularidades importantes que requerem a atenção do proprietário, as quais detalhamos a seguir.
Câmbio Manual: Uma Exceção Moderna
Nos carros equipados com câmbio manual, a troca de óleo não é uma exigência padrão. Segundo Francisco Satkunas, conselheiro da SAE (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade), os lubrificantes modernos são do tipo “lifetime”, projetados para durar durante toda a vida útil do sistema. A evolução na construção das transmissões reforça essa durabilidade.
A substituição do lubrificante torna-se necessária apenas em casos de vazamentos ou reparos. É fundamental estar atento a sinais de perda de óleo e consultar o manual do proprietário para verificar o prazo recomendado de verificações periódicas do nível do lubrificante.
Para caixas automatizadas que compartilham sistemas de embreagem e engrenagens com câmbios manuais, o procedimento geralmente segue a mesma lógica. No entanto, as transmissões de dupla embreagem, imersas em óleo, podem demandar trocas periódicas devido à possibilidade de contaminação pelo atrito dos discos. Independentemente do caso, é crucial seguir as orientações do fabricante.
Câmbios Automáticos: A Necessidade de Substituição Periódica
Os câmbios automáticos, em sua maioria, requerem a troca regular do óleo, embora os intervalos sejam consideravelmente mais longos do que os do lubrificante do motor. Gerson Burin, coordenador técnico do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), explica que, devido ao uso de discos de fricção imersos em óleo e ao conversor de torque, a contaminação do óleo por fragmentos pode ocorrer devido ao atrito por escorregamento, justificando a necessidade de substituição.
Faça Verificação Periódica
A frequência das trocas varia, dependendo da especificação do lubrificante e da construção do sistema. Algumas recomendações indicam trocas em intervalos de quilometragem específicos, enquanto outras sugerem a substituição apenas se houver necessidade nas verificações periódicas.
A verificação periódica do nível de óleo na transmissão automática também requer atenção, com procedimentos específicos para diferentes fabricantes e modelos, detalhados nos manuais. O descumprimento dessas recomendações pode resultar em leituras incorretas, prejudicando o diagnóstico e potencialmente levando a falhas.
É crucial observar manchas de óleo no chão da garagem como indício de vazamentos. Burin alerta contra o uso de especificações diferentes das indicadas pelo fabricante do veículo, pois isso pode levar a mau funcionamento ou até mesmo à quebra da transmissão, um reparo dispendioso. Essas mesmas diretrizes aplicam-se às transmissões do tipo CVT, que possuem requisitos semelhantes em relação ao lubrificante.
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